sábado, 14 de maio de 2011

UM NOVO CICLO PARA O COURO.


Símbolo da resistência cultural nordestina, a tradicional arte de trabalhar o couro ganha contornos educativos e econômicos no projeto desenvolvido pelo Museu do Vaqueiro, em Nísia Floresta, onde estudantes entre 13 e 14 anos aprendem a moldar suvenires, acessórios e peças de vestuário fabricados com pele, principalmente, de bode.


Mesmo diante da galopante padronização dos processos industriais, a figura do artesão é fundamental para vestir os sertanejos que circulam entre a retorcida e espinhosa Caatinga, mas, apesar de fundamental para a proteção do vaqueiro, o desinteresse pelo secular ofício é notório.


Como forma de preservar a tradicional profissão, e oferecer oportunidades de qualificação e renda nesses tempos de globalização, a oficina oferecida gratuitamente aos cerca de 20 adolescentes de Nísia Floresta e São José de Mipibu pretende criar um novo pólo de coureiros no Rio Grande do Norte.

“O Mestre Júnior, de Cabaceira (PB), é quem está ministrando as aulas nessa primeira fase das oficinas, que termina neste sábado (14). A partir da próxima segunda-feira (16), começaremos novo ciclo com um artesão daqui de São José de Mipibu, que apresentará aos alunos outras maneiras de se trabalhar com o couro e chegar à resultados semelhantes”, disse Marcos Lopes, proprietário do Museu do Vaqueiro e promotor do Forró da Lua.

Agropecuarista, músico e pesquisador entusiasta do universo encourado, Lopes adiantou que o projeto vai além das oficinas com couro: “Estamos para iniciar cursos de sanfona, zabumba e triângulo, todos gratuitos e voltados para crianças e adolescentes da rede pública de ensino. O mais gratificante é perceber que estamos despertando interesse por essas tradições (fabricação de indumentária em couro e forró pé de serra) na nova geração”, anima-se. Segundo Lopes, a turma para as oficinas de couro se formou a partir de convite feito à alunos da Escola Municipal Juvino Lopes, que fica em Nísia Floresta, “mas alunos de São José de Mipibu souberam do curso e se integraram ao grupo.


Não podemos atender mais de 20 pessoas para não comprometer o aprendizado: são duas turmas, uma pela manhã e outra à tarde, com dez estudantes cada”. fonte : Tribuna do Norte.

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