O transbordamento do rio Pataxó deixou pelo menos 150 famílias desabrigadas no município de Ipanguaçu (a 214 km de Natal). A temporada de chuvas na região, que vai de fevereiro a março, segundo a Emparn, sobrecarregou o afluente do rio Açu e fez com que parte da cidade fosse alagada. Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Norte, apenas Ipanguaçu sofre com o período de chuvas no Estado.
Gilmar Bristot, meteorologista do Emparn (Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN), diz que a chuva não é a única causa do transbordamento. A intervenção humana, diz ele, também é culpada. O mau uso do solo, como a construção de diques inapropriados, e o fato de a calha do rio ser muito rasa facilitam a "sangria" da água para regiões mais baixas, inundando áreas habitadas.
Nesta quarta-feira, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, garantiu à governadora potiguar, Rosalba Ciarlini (DEM), a liberação de recursos para as obras de dragagem do rio Pataxó.
Com 65% dos 13.855 habitantes da cidade, a zona rural de Ipanguaçu foi a mais afetada. Treze comunidades da cidade estão isoladas e, em pelo menos outras 11, o acesso é difícil. A condição das estradas é tão precária que as aulas da rede municipal e estadual estão suspensas desde segunda.
RECORRENTE
As inundações causam prejuízos à economia local, que é baseada principalmente na agricultura. O prefeito da cidade, Leonardo Silva de Oliveira (PT), está em Natal, e disse à Folha que foi à capital para "agilizar" a liberação de recursos e chamar a atenção da imprensa para o problema.
"Sou filho de agricultor, sofredor, sei o que é plantar e ver perder um sonho [por causa das inundações]". Segundo ele, o transbordamento do rio é um problema de longa data, que acontece há mais de 20 anos. Desde 2008, porém, a situação vem se agravando.
FONTE : folha.com
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