terça-feira, 20 de julho de 2010

PESQUISADOR ENCONTRA PLANTA CAPAZ DE NEUTRALIZAR VENENO DE SURUCUCU.

Serpente é uma das mais letais que existem no Brasil. Ela vive na Amazônia e na Mata Atlântica.
Pesquisa realizada no Laboratório de Venenos e Toxinas de Animais e Avaliação de Inibidores (Lavenotoxi) do Departamento de Biologia Celular e Molecular do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) identificou uma planta capaz de neutralizar o veneno da cobra surucucu, a maior serpente venenosa da América do Sul, e também uma das mais letais que existem no país.
O pesquisador Rafael Cisne de Paula testou 12 plantas diferentes em relação a quatro diferentes efeitos causados pelo veneno da surucucu, e o Stryphnodendron barbatiman, também conhecido como barbatimão, uma árvore típica do cerrado, mostrou 100% de efetividade na inibição de todos eles.
A surucucu ocorre na Amazônia e na Mata Atlântica. Embora somente 2% dos acidentes com cobras envolvam essa espécie, metades das pessoas picadas acabam morrendo. A jararaca, que responde por 90% dos casos no país, tem um índice de letalidade de 0,2%.
E para os sobreviventes da picada de surucucu não há estatística em relação às amputações e deformidades que seu ataque causa.
Atualmente já é possível combater a picada de surucucu com soro antiofídico produzido a partir do próprio veneno. Este método, porém, traz efeitos colaterais como reações alérgicas que podem levar até à morte, se acontecer o choque anafilático.
Em teoria, usando um produto feito a partir da planta, isso não deveria ocorrer.
No entanto, para que o Stryphnodendron barbatiman vire um produto para uso efetivo, serão necessários anos de teste clínicos. O trabalho de Cisne é uma pesquisa de base que aponta as propriedades antiofídicas da planta.
Coincidentemente, o Stryphnodendron barbatiman já está registrado junto à ANVISA como uma variedade fitoterápica, graças às suas características cicatrizantes e antihemorrágicas. Isso pode acelerar sua adoção também como antiofídica, acredita André Fuly, orientador de Cisne na pesquisa.

Nenhum comentário: