O reajuste na tarifa de ônibus em Natal, que passará dos atuais R$ 2,20
para R$ 2,40 no próximo sábado (18), foi tema de pronunciamento do deputado
Kelps Lima (PR) no plenário da Assembleia Legislativa, na sessão desta
quinta-feira (16). O parlamentar lembrou os transtornos ocorridos ontem (15) nas
ruas de Natal, em consequência de um protesto promovido por estudantes
contrários ao reajuste da tarifa. O parlamentar criticou a falta de uma política
tributária, a demora na realização da licitação do serviços e a falta de
corredores exclusivos para ônibus. E arrematou: “Transporte público não é
prioridade”.
Ao lembrar o protesto da noite de quarta-feira, o deputado, que já foi
secretário municipal de Mobilidade Urbana, afirmou: “Acho o protesto legítimo,
mas o formato equivocado. Presenciamos um dos maiores congestionamentos da
história. O cidadão que queria chegar em casa foi impedido”.
O deputado disse, no entanto, que o efeito colateral da tarifa é
consequência de um problema mais grave. “Sei que o aumento da passagem pesa no
bolso do trabalhador e, principalmente do estudante. Claro que essa não é uma
tarifa justa, nem para quem paga e nem para quem cobra. Mas jogar a solução do
problema na diminuição do valor da passagem é pedir para não resolver. É preciso
atacar os reais problemas”, declarou.
Para Kelps Lima, uma das saídas está na estabilidade jurídica. “Natal
precisa ter uma política estável de transporte público. É preciso fazer
licitação. Sabemos que promover essa concorrência dá trabalho, demanda tempo,
mas é preciso fazer algo. Só assim a Prefeitura terá como exigir alguma coisa.
Aliás, eu não entendo porque a Prefeitura não se posiciona sobre a licitação”,
afirmou.
Outra sugestão do deputado é para que seja feito um corredor exclusivo para
ônibus. “Não dá para ficar disputando espaço na via com os carros. Não existe
transporte público de qualidade concorrendo com os veículos menores”, afirmou. O
deputado ainda questionou sobre a política tributária. “Por que não tem uma
política diferente? Porque o transporte público não é prioridade. Boa ou ruim
temos saúde, segurança e educação gratuitos. Mas transporte gratuito nós não
temos. Não há isenção fiscal. A gratuidade dos idosos e estudantes é embutida na
tarifa paga pelo trabalhador”, declarou.
Com informações da Assembleia Legislativa
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