O Hospital da Mulher está com os serviços de obstetrícia paralisados. Segundo
o representantes dos médicos, a greve parcial do setor é motivada pelo atraso no
pagamento dos salários. A unidade só está recebendo atendimentos de extrema
urgência, com risco de morte para a paciente, conforme informou um médico ligado
ao movimento. Os atendimentos de UTI também não estão sendo realizados.
A paralisação iniciou na manhã desta quinta (26). O obstetra Wilton Dias, que
lidera a mobilização, disse em entrevista que o governo repassou à Inase
(Instituto Nacional de Assistência à Saúde e Educação), que administra o
hospital, apenas uma parte da verba destinada a manutenção da unidade. No
entanto, nem todos os profissionais receberam o repasse dos salários.
Os pacientes encaminhados para parto normal ou cesariana estão sendo
transferidos para a Maternidade Almeida Castro, da Casa de Saúde Dix Sept
Rosado. Segundo informou o anestesiologista Ronaldo Fixina, o aumento na demanda
já foi verificado. “Realizamos hoje 10 cesarianas, mas não podemos afirmar que
são todos pacientes vindos do Hospital da Mulher”, esclarece.
Ronaldo Fixina, que é o representante da Federação Nacional dos Médicos no
RN, defende o fechamento da instituição. Para ele, o Hospital da Mulher não tem
nenhum motivo para continuar funcionando, pois não oferece condições mínimas de
trabalho e não possui estrutura física para realizar os atendimentos de
obstetrícia e ginecologia. “O sindicato vai fazer um encaminhamento de uma
denúncia ao Ministério do Trabalho”, relatou. Além das deficiências, segundo
Fixina, os médicos chegam a enfrentar uma carga horária de 72 horas ou mais de
plantão.
Segundo Fixina, existem 4 médicos obstetras e apenas duas salas de ciurgia.
Ele denuncia que o Hospital da Mulher tem profissionais concursados e
terceirizados, existindo duas formas de pagamento dentro da mesma instituição,
inclusive, com salários em valores diferentes. “Nós defendemos o fechamento
desse hospital. O custo dessa unidade é muito alto, quase se assemelha ao custo
do Hospital Tarcísio Maia para um atendimento reduzido. É preciso que o Governo
do Estado invista em uma maternidade de vergonha”, denuncia.
A reportagem tentou contato com o representante dos médicos, Wilton Dias,
sobre o retorno das atividades, mas o seu celular estava desligado. A assessoria
também tentou ouvir a assessoria do Hospital da Mulher sobre a paralisação, mas
a responsável, Nicole Abreu, também não foi encontrada.
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