O inverno vai chegar mais cedo em 2012. De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), o volume de chuva que cairá nos três primeiros meses de 2012 será igual ou maior do que a registrada no mesmo período deste ano. Isso acontecerá graças ao fenômeno "La Niña", que permanecerá sobre o Oceano Pacífico Equatorial, provocando anomalias positivas da temperatura da superfície do mar.
Para a agricultura de sequeiro é uma boa notícia, embora os trabalhadores recebam as previsões com bastante desconfiança. Grande parte prefere ainda esperar a opinião dos chamados "profetas" que se utilizam de experiências empíricas com elementos da natureza (fauna e flora) para indicar o melhor período do plantio.
O diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte (FETARN), Manoel Cândido, explica que as chuvas de final de ano ocorridas no semiárido são comuns e não significam inverno. Mesmo assim, sugere que os agricultores devam se preparar para um bom período chuvoso.
O agricultor Fábio Dantas, proprietário de uma área em Apodi, disse estar animado. Ele não abre mão das previsões meteorológicas, tanto que está com uma experiência de plantio de milho com outros trabalhadores na Secretaria Municipal de Agricultura. De acordo com ele, já a partir do dia 9 de janeiro será iniciado o corte de terra no município, mesmo no seco. "É que tem região de Apodi que se não cortar agora, quando chover não serve para cortar", completou.
SAFRA
O certo é que os agricultores do Oeste estão animados com o resultado positivo do inverno deste ano, que teve safra 200% maior do que no ano passado, que foi seco. Até novembro, a área colhida foi de 154.056 hectares, frente a apenas 47.987 hectares em 2010, o que corresponde, em termos absolutos, a um aumento de 106.069 hectares.
A produção colhida também cresceu. A diferença entre os dois anos foi de 81.741 toneladas, equivalente a 310,45 %. A previsão, até o final deste mês, é de 108.071, enquanto em 2010 foram registradas 26.330 toneladas.
Chuvas preocupam Vale do Açu
No Vale do Açu, a confirmação de inverno é bem-vinda, mas o anúncio de chuva acima da média preocupa. Desde o dia 20, uma retroescavadeira está trabalhando na remoção da vegetação no leito do rio Pataxó, no município de Ipanguaçu. Ontem, mais uma máquina chegou para ampliar o serviço, na tentativa de amenizar as enchentes e enxurradas, que têm se tornado cada vez mais comuns na localidade.
Nenhum dos 167 municípios do Rio Grande do Norte sofreu tanto quanto Ipanguaçu as consequências dos períodos chuvosos. Neste ano, apesar de os prejuízos terem sido milionários, afetando centenas de famílias, o cenário foi menos desastroso que em anos anteriores, graças aos trabalhos de prevenção realizados.
Para o prefeito Leonardo Oliveira, a limpeza, apesar de ser uma ação paliativa, poderá amenizar em mais de 50% os riscos de inundações. Ao final dos trabalhos, cerca de 10km do leito do rio Pataxó terão sido limpos pelas máquinas. Até ontem, foram desobstruídos mais de 4km. No total, o Governo do Estado disponibilizou 300 horas de locação de máquinas para a realização do trabalho.
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