quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

POLÍTICA: Marina Silva volta a defender terceira via na política nacional

Destaque no primeiro turno da última eleição presidencial com quase 20 milhões de votos, a senadora Marina Silva (PV-AC) disse que pretende atuar nos próximos quatro anos como uma alternativa ao bipartidarismo de PT e PSDB recorrente nas últimas eleições do País. "Espero que a gente possa constituir essa terceira via no Brasil. Aí eu quero trabalhar por ela, não necessariamente para eu ser a candidata, mas para que a gente tenha a terceira via como o melhor projeto para o Brasil", afirmou ontem, após palestra na Campus Party, onde conversou com participantes sobre o uso da Internet em sua campanha. Ela também se reuniu com o ex-vice-presidente norte-americano Al Gore, um dos palestrantes do evento.
Em 2010, a candidatura do PV superou as expectativas dos analistas e proporcionou a realização do segundo turno no momento em que a então candidata Dilma Rousseff (PT) tinha chances de vencer a eleição no primeiro turno. Segundo Marina, é preciso continuar quebrando a polarização entre PT e PSDB. "Quando há uma polarização não há escolha, há uma opção entre A ou B. É fundamental trabalhar a terceira via", defendeu Marina, que em duas semanas deixará o Senado para se dedicar à criação do Instituto Marina Silva.
Sobre a possibilidade de ser a candidata à Presidência em 2014, Marina insinuou que outros nomes podem representar a terceira via. "Não trabalho com essa ideia de cadeira cativa de candidato", justificou. Questionada se poderia disputar algum cargo em 2012, inclusive a Prefeitura de São Paulo, Marina foi direta: "Aqui temos excelentes paulistas para serem candidatos. Eu sou do Acre".
Em um balanço sobre as primeiras semanas do governo Dilma, Marina elogiou a disposição da presidente em continuar "debelando a pobreza", mas afirmou que é preciso que o foco do governo transite para programas sociais de terceira geração, capazes de promover a inclusão produtiva das pessoas atendidas pelo Bolsa Família. Marina defendeu o corte de gastos na esfera federal, mas reforçou que a redução precisa ser qualificada. "Não pode ser um corte linear", afirmou.
Sobre a briga por cargos entre partidos da base aliada, Marina insinuou que dificilmente Dilma conseguirá controlar os conflitos internos. "O próprio presidente Lula tinha força na opinião pública e era difícil lidar com a base. Imagino que essas dificuldades permaneçam."
Daiene Cardoso
Da Agência Estado

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