domingo, 7 de novembro de 2010

A HIISTÓRIA DO RADIO NO RIO GRANDE DO NORTE

Várias emissoras marcaram da radiodifusão no Rio Grande do Norte, mas foi com a REN-Rádio Educadora de Natal, onde tudo começou.

Até 1939, eram os amplificadores de som ou divulgadoras, espalhados pelas ruas e praças de Natal, transmitindo músicas, dramas e notícias a uma população com cerca de 50 mil habitantes. Destacava-se, à época, o serviço da Agência Pernambucana, de propriedade de Luís Romão de Almeida, com vinte e dois aparelhos de alto-falantes, espalhados pela cidade. Além da programação comum, “jornais falados com notícias oriundas do comando de guerra em Natal, dando conta da movimentação provocada pelas operações militares ligadas à Segunda Guerra Mundial”. A sede da Agência Pernambucana era localizada no bairro da Ribeira, ali na Avenida Tavares de Lira.

A Rádio Educadora de Natal foi fundada por Carlos Farache no início dos anos quarenta. Em dezembro de 1940 foi instalada sua torre para melhorar as transmissões, mas somente em 30 de novembro do ano seguinte é que a rádio foi levada ao ar, com o prefixo ZYB-5. O radialista Genar Wanderley foi quem primeiro ocupou o microfone, lendo Ave Maria escrita por Luís da Câmara Cascudo em solenidade de inauguração.

Segundo os jornais da época, do ato solene, presidido pelo interventor Rafael Fernandes, participaram a grande orquestra da REN, sob a batuta do maestro Maurilo Lira e constituída dos professores e dos elementos mais destacados do movimento musical desta capital (...), tendo a Sr.ª Alba Garcia de Azevedo concorrido para o brilhantismo da solenidade catando uma formosa canção mexicana. ( O Diário, 01 de dezembro de 1941).

A Rádio Educadora de Natal era presidida por Gentil Ferreira de Souza e tinha como diretor técnico e superintendente, respectivamente, Carlos Lamas e Carlos Farache.

A história da REN tem continuidade com a Rádio Poti, nome definitivo da emissora a partir de sua incorporação aos Diários Associados em 16 de fevereiro de 1944. Passou a chamar-se Rádio Poti porque todas as emissoras associadas representavam tabas indígenas características do Estado onde estavam localizadas. Tupi, Tamandaré, Farroupilha, Tamoio, Poti, etc. seus diretores eram conhecidos como “caciques”. O “cacique” da Rádio Poti era Genar Wanderley. Depois da Poti surgiram a Rádio Nordeste, fundada em 1954 pelo ex-Governador Dinarte Mariz, conquistando o público potiguar com uma programação diversificada, a Rádio Cabugi, fundada em dezembro do mesmo ano, pelo Senador Giorgino Avelino, e, posteriormente, vieram às emissoras, Difusora de Mossoró, de educação Rural de Natal, Mossoró e Caíco, Rádio Trairi, etc.

Da Rádio Poti, com seus programas de auditório, ficaram conhecidos nomes ainda hoje consagrados nacionalmente, como é o caso de Aguinaldo Rayol. A referência bibliográfica, Diário de Natal (30.11.83) cita Ademilde Fonseca como tendo iniciado sua carreira nessa emissora. Sua transferência para o Rio de Janeiro se deu em 1938, tendo aí se profissionalizado, conforme o depoimento pessoal gravado em 19 de março de 2001.

Os programas de auditório eram muitos disputados pela juventude da época, e fazia a alegria do Rádio e da cidade do Natal. Dentre eles, destacavam-se Domingo alegre, criado por Genar Wanderley, Vesperado dos Brotinhos, comandado por Luís de Cordeiro. A Estrela Canta, por Glorinha de Oliveira, Alegria na Taba, por Vanildo Nunes, Sabatina da Alegria, por Ruy Ricardo e Turbilhão de novidades, por Edmilson Andrade.

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