sexta-feira, 23 de julho de 2010

SEM CHUVA, IRRIGAÇÃO SALVA COLHEITA.

Com a pouca chuva no inverno deste ano, os produtores do assentamento da Maisa tiveram que investir na irrigação para garantir a colheita. A experiência aplicada em 43 hectares de diferentes agrovilas deu certo. A produção de grãos, frutas e hortaliças é resultado de um investimento feito através do Crédito Fomento, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
As culturas de milho, feijão, melancia, macaxeira e tomate foram responsáveis por mais da metade dessa produção. Somente na Agrovila Montana, por exemplo, onde são irrigados 11 hectares, nas últimas duas semanas foram colhidas 22 toneladas de melancia.
O sucesso da colheita também se repetiu na agrovila Poço 10, onde um grupo de 20 famílias de trabalhadores investiu quase R$ 2,4 mil por família no sistema de irrigação. O engenheiro agrônomo do Incra Marcílio Rocha explica que as agrovilas Montana, Poço 10 e Vila Nova II foram as primeiras a receber o sistema. Através de um projeto educativo, o objetivo era ensinar os produtores sobre como lidar com a irrigação. "Muitos nunca tinham trabalhado com esse sistema. Por isso, precisaram aprender para, então, ensinar aos demais", ressalta. O engenheiro agrônomo acredita que em anos de chuvas irregulares, como em 2010, a irrigação é a melhor alternativa para garantir produção. "Quando pensamos a Maisa como espaço para 1.150 famílias morarem e produzirem, a irrigação já fazia parte dos planos do Incra", complementa Marcílio Rocha.
Somente nesta última vila, foram colhidas 44 toneladas de milho, feijão, batata-doce, pimentão e macaxeira. A expectativa é que chegue a 60 toneladas de feijão e 10 de macaxeira até o final do ano. O trabalhador assentado Jonaci Ferreira comenta que comercializou 25 mil quilos do grão para a Central de Abastecimento de Alimentos de Mossoró (COBAL), entre maio e junho.
Outros 35 mil quilos já estão plantados e com negociação garantida para agosto e setembro próximos. Jonaci trabalha numa área de 1,5 hectare também irrigada através do Crédito Fomento. "Sem essa ajuda da água da irrigação, não tinha colhido nada com as poucas chuvas caídas aqui", festeja.
Fazenda deve se consolidar em um dos maiores produtores
A expectativa da Superintendência Regional do Incra no Estado é de que, após as 1.150 famílias assentadas acessarem os recursos do Programa Nacional de Financiamento da Agricultura Familiar (PRONAF), previsto para os próximos meses, a Maisa se consolide como um dos maiores assentamentos rurais do País, não apenas em extensão (19.701 hectares), mas em produtividade. "Na verdade, desde a sua criação, a Maisa apresenta um aumento contínuo de produção. É um assentamento jovem, com menos de cinco anos de criação, em pleno desenvolvimento", estima o superintendente do Incra no RN, Paulo Sidney Gomes.
A fazenda foi desapropriada há seis anos, quando o instituto entendeu que ela não cumpria mais seu papel social, previsto pela Constituição brasileira. O processo custou quase R$ 9 milhões. Na época, havia produção de acerola e caju. Hoje, segundo o Incra, as 1.150 famílias produzem quatro vezes mais.
As famílias assentadas trabalham na recuperação dos pomares existentes de acerola, manga e caju; lidam no plantio de frutas tropicais, como melancia e melão, cuja produção passada trouxe ao imóvel o tráfego intenso de caminhões, que saíram lotados de frutas para o mercado local e internacional. fonte DE FATO.

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